A Adepol-MS abriu espaço para ouvir e compartilhar as propostas dos associados delegados de polícia, candidatos nas eleições municipais deste ano, com o objetivo de apoiar e apresentar aos colegas os nomes que representam nossa categoria e também toda a sociedade.
Nosso entrevistado de hoje é o delegado Cleverson Alves dos Santos, candidato ao cargo de prefeito na cidade de Costa Rica (MS), com o número 11. Dr. Cleverson é natural do estado da Bahia, tem 49 anos e 08 dedicados à segurança pública de Mato Grosso do Sul, como delegado. Iniciou seus estudos apenas aos 12 anos de idade, mas o fato não afetou sua trajetória, conseguindo se formar em Direito aos 38 anos.
O delegado é especialista em Direito Penal pelo Instituto Processos de Brasília, doutorando em Direito Penal pela Universidade de Buenos Aires, na Argentina, professor universitário, palestrante e escritor.
É a primeira que o delegado Cleverson concorre a uma eleição majoritária. Em 2018 ele foi candidato ao legislativo estadual, e recebeu quase sete mil votos. Ele diz que sempre gostou do processo político e por isso decidiu concorrer nas eleições municipais deste ano.
“Como delegado, fiz muitos projetos, como a reativação da ‘Oficina dos Sonhos’, focado na atividade cultural e no acompanhamento socioassistencial, na proteção aos jovens de Costa Rica. Reescrevi o projeto, adequei às regras do Ministério Público do Trabalho e consegui recursos para dar seguimento ao projeto. Também fiz o projeto do Centro de Mediação de Conflitos, para resolver pequenos conflitos sociais, conseguimos recursos com a iniciativa privada e construímos o prédio na delegacia. Hoje, o Centro já resolveu quase mil conflitos, sem precisar buscar o Poder Judiciário. Tudo isso me motivou a ingressar no processo político”, explica.
Ainda quando atuava como delegado de polícia, ele idealizou o programa “Costa Rica Sem Drogas”, com o objetivo de orientar e combater o tráfico de drogas, tendo como tripé a prevenção, repreensão e recuperação. A proposta era a prevenção com a ajuda da sociedade, que se tornou parceira da polícia no combate ao tráfico de entorpecentes na cidade. O projeto incluiu ainda a repressão policial aos traficantes, palestras em escola, associações, universidades e a recuperação de usuários.
O cargo de delegado lhe garantiu a experiência de gestão, segundo ele. “Como delegado eu sou um gestor, e pegamos uma delegacia para gerir sem recursos suficientes. Para fazê-la funcionar precisamos buscar parcerias com a iniciativa privada, com o poder público municipal. Quando assumi a delegacia de Costa Rica haviam 900 inquéritos tramitando, mais de 600 termos circunstanciados de ocorrências, vários crimes graves sem solução, um tráfico de drogas absurdo, e apenas seis policiais como efetivo. Fazendo uma boa gestão, reduzimos a quantidade de inquéritos para apenas 300, praticamente zeramos os termos circunstanciados, fizemos a resolução de todos os crimes graves e conseguimos tudo isso com o mesmo efetivo, apenas fazendo gestão pública. Estou no serviço público desde 1991, então sei bem como funciona, e isso me ajudou muito nesse processo”, explica.
Entre as propostas do delegado, está a de criar cursos técnicos e profissionalizantes para o agronegócio; formação de um polo universitário; abertura de creche no horário noturno; criação de um plano de cargos e salários para os profissionais da educação e saúde; a construção de um hospital de referência para atender a região; criar a delegacia da mulher; reimplantar o programa “Costa Rica Sem Drogas”; criar a Polícia Municipal; além de ações voltadas para o esporte, a cultura e o lazer, e o fomento de emprego e renda.
“Queremos fazer uma gestão pública que atenda melhor as pessoas. Costa Rica tem o privilégio de ser um dos municípios que mais arrecada no Estado, com uma média de R$ 12 milhões de arrecadação/mês, e a gente está vendo esse dinheiro sendo empregado em obras que não necessariamente tenham um impacto social tão positivo. Com a arrecadação que temos poderíamos ter uma saúde melhor, com clínicas, mais profissionais da saúde. Verba que poderia ser aplicada também na geração de emprego e renda, apoio aos pequenos produtores, empreendedores e comerciantes, melhorar a educação, entre outros. Ou seja, temos o recurso, temos como fazer, basta que direcionemos a aplicação desses recursos para obras e ações que atendam melhor a sociedade de Costa Rica”, conclui.