A vacina contra a Covid-19 já é realidade em todo o País, mas restrita apenas a grupos prioritários, o que gera cada vez mais expectativa por parte da população à espera do imunizante. O problema é que, além de ser uma esperança para a população, esse movimento tem sido explorado por criminosos que se aproveitam do desespero das pessoas para oferecer vacinas de mentira em troca de dinheiro e informações pessoais. O delegado da 7ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande, Camilo Kettenhuber Cavalheiro, alerta para os riscos de cair em golpes como esse e explica uma das formas utilizadas pelos criminosos.
“Os golpistas entram em contato com pessoas aleatórias, que ainda estão fora do grupo prioritário da vacinação, e falam que irão providenciar a vacina contra a Covid-19 para essa pessoa, mas que para isso aconteça precisam dos dados pessoais e um código enviado via SMS, como parte do cadastro, mas que se trata do código que eles precisam para clonar o WhatsApp. E o cidadão, na esperança de ser vacinado, acaba repassando essas informações”, explica o delegado.
Após a clonagem, o golpista passa a enviar mensagens para os contatos da vítima, pedindo dinheiro em nome dela. Na maioria das vezes, o infrator pede dinheiro para parentes e conhecidos, simulando alguma necessidade urgente. Segundo Camilo Kettenhuber, o crime não caracteriza como invasão de dispositivo informático, porque a vítima forneceu o código, mesmo induzida ao erro, e por isso configura como crime de estelionato.
“Orientamos a população a ficar atenta a qualquer tipo de contato solicitando dados pessoais e códigos de banco ou celular. Não forneça nenhuma informação, pois não é dessa forma que as autoridades sanitárias estão procedendo para que as pessoas sejam vacinadas”, diz o delegado.
A primeira dica para detectar páginas e e-mails com informações falsas é simples: reparar no texto. Eles geralmente têm erros grosseiros de ortografia e concordância. Também é importante verificar o site ou remetente. É importante lembrar que não há razão para um comunicado de saúde solicitar aos usuários informações confidenciais, como senhas e cartões de banco. Se isso ocorrer, não compartilhe nenhuma informação.
O Ministério da Saúde informa que a vacina contra a Covid-19 será gratuita e universal, a ser aplicada em etapas com prioridade para trabalhadores do setor da saúde e idosos. Não existe nenhuma empresa ou organização autorizada a comercializar a vacina no Brasil. Qualquer oferta desse tipo deve ser ignorada.
O megavazamento que recentemente expôs dados de mais de 220 milhões de brasileiros (incluindo pessoas que já morreram) deve agravar ainda mais a situação. Segundo especialistas da área, os criminosos possuem ainda mais informações para tornar as mensagens de WhatsApp, SMS e de e-mails mais críveis, passando mais credibilidade na hora de falar com as vítimas, ao usar informações que vazaram.
Confira algumas dicas para evitar golpes:
– Não forneça dados, senhas, códigos etc.;
– Não acredite em ofertas de ajuda, sorteio, dinheiro etc. enviadas pelo WhatsApp, redes sociais, e-mails e não clique nesses links;
– Não confie e não compartilhe links e informações dos quais não tenha certeza da origem;
– Não preencha formulários que não estejam nos sites oficiais;
– Baixe aplicativos apenas das lojas oficiais;
– Em caso de dúvidas ou dificuldades, procure um familiar ou amigo que possa ajudar;
– Utilize antivírus no computador, tablet e smartphone.