O Diário Oficial do Estado do dia 30 de novembro trouxe a publicação da aposentadoria voluntária do Delegado de Polícia Fábio Anderson Ribeiro Sampaio, após 23 anos dedicados à Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. Ele se diz realizado com a trajetória de sucesso e com a missão recebida.
“Venho de uma família de policiais civis, militares e empresários na área da educação. Acredito fielmente que minha carreira policial foi uma missão que Deus me confiou, que agora se encerra com minha consciência leve, por ter me dedicado ao máximo, inclusive tendo sacrificado o convívio familiar por muitas vezes”, diz.
Dr. Fábio destaca a oportunidade da evolução profissional e espiritual durante o processo. “Vendo de perto o sofrimento de tantas pessoas, sejam elas vítimas, seus familiares, amigos ou até mesmo de testemunhas dos mais graves crimes, como crimes contra a vida e crimes contra a dignidade sexual. Por meio do meu trabalho acredito ter contribuído para melhorar ou ao menos atenuar seus sofrimentos”, afirma.
Ele atuou em várias delegacias de Campo Grande, como a DEDFAZ, DEAIJ, DEFURV, DEPCA, DEPAC-CEPOL, 1ª, 2ª e 3ª delegacias, DELETRAN e DECAT. Entre as histórias/situações que mais marcaram sua carreira, ele destaca uma prisão em flagrante de um cracker no ano de 2003, na Delegacia de Defraudações, noticiada como a primeira realizada no País. “Marcou muito o início da minha caminhada pela enorme repercussão que o caso teve. À época, até o FBI manteve contato com nossa delegacia solicitando informações e oferecendo cursos nos Estados Unidos para nossa unidade policial”, conta.
As relações de amizades ao longo da carreira também são um fato importante para ele e as histórias vividas nas delegacias. “Construir boas amizades também deve ser lembrado. Há profissionais cuja companhia marcará para sempre. Porém, há dois casos que guardarei comigo por toda a eternidade. O primeiro foi receber subitamente a visita da mãe de uma vítima de homicídio que foi até a delegacia para conversar sobre a prisão dos responsáveis pela morte do seu filho. A prisão se deu, por coincidência, na data em que seria aniversário da vítima. Confesso que foi muito bom receber seu aperto de mãos, abraço e orações. O outro caso, foi relativo a um bebê de 48 horas de vida que veio numa UTI Móvel de Três Lagoas para Campo Grande, em que pude ajudar o Ministério Público na realização de uma cirurgia que foi realizada no dia seguinte na cidade de Curitiba”, lembra o delegado.
Agora, o objetivo é descansar, mas também seguir com outras atividades. “Pretendo me dedicar à pesquisa científica, à docência e à advocacia. Em especial, na companhia de uma amiga professora estamos desenvolvendo um projeto de escrever um livro de História do Direito”, conta.